[Crítica] Jogos Vorazes: Em chamas (com spoilers)

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SINOPSE: Este é o segundo volume da trilogia Jogos Vorazes, baseada nos romances de Suzanne Collins. A saga relata a aventura de Katniss (Jennifer Lawrence), jovem escolhida para participar aos "jogos vorazes", espécie de reality show em que um adolescente de cada distrito de Panem, considerado como "tributo", deve lutar com os demais até que apenas um saia vivo. Neste segundo episódio da série, após a afronta de Katniss à organização dos jogos, ela deverá enfrentar a forte represália do governo local, lutando não apenas por sua vida, mas por toda a população de Panem.
 ELENCO: Jennifer Lawrence, Josh Hutcherson, Liam Hemsworth, Elizabeth Banks, Woody Harrelson, Sam Caflin, Jena Malone, etc.
DIRETOR: Francis Lawrence

DISTRIBUIDOR: Paris Filmes



Se Em chamas seguisse a mesma formula do anterior não havia como dar errado. O segundo filme, porém, fez mais do que apenas seguir a formula, ele a superou. O roteiro seguiu o livro e fiquei feliz ao reconhecer algumas das falas.  
Fiquei um tempo tentando achar um defeito que fosse que fizesse o filme desmerecer uma estrela no ranking, mas não fui capaz. A fotografia, os efeitos, os atores, o roteiro, a trilha sonora, tudo culmina para um obra de arte que é de longe uma das melhores do ano.  
Toda a fotografia do filme me encantou e o modo como em alguns lugares, como nos distritos, a imagem era escura e sombria, e na capital a imagem era colorida e alegre.  
Todo o elenco novo foi bem colocado. Estava preocupada com Joahanna e Finnick, porém eles foram bem escolhidos. O surtos da Joahanna na arena foram uma das partes preferidas no filme. Senti falta de alguns personagens como Twill e Bonnie, mas elas não interpretam um papel tão importante na trama, além de dar pistas sobre a existência de um distrito 13 ainda ativo.

O que realmente gosto no modo como o filme é feito é que ele é fiel ao livro, mas não se atem só a ele. Nós temos mais do que a perspectiva limitada da Katniss, o que nos permite um insight sobre o que está acontecendo fora da arena. As cenas do Snow e da neta são interessantes em tantos níveis diferentes. O cabelo da menina, o jeito como ela acredita e quer um amor como o dos amantes desafortunados do distrito 12. Imagino a raiva que ele deve ter sentido. 


Gale nesse filme tem um pouco mais de falas, ainda assim não aparece muito. Todo o triangulo amoroso entre eles pode dar uma ideia à lá Crepúsculo do filme para aqueles que não conhecem, mas a diferença aqui é que Katniss não está em dúvida em quem ela ama, ela apenas não se permite amar nenhum dos dois. Como ela mesma diz, desde que ela se voluntariou para ir no lugar da Prim tudo o que ela sente é medo e é um sentimento tão forte e avassalador que não deixa espaço para nenhum outro.
Uma das únicas coisas que senti falta no filme foi a filmagem de como o Haymitch ganhou os jogos, mas não acho que esse tenha sido algo que deveria tirar pontos do filmes, já que para aqueles que nunca leram o livro, ela não vai fazer cena alguma.
A última cena foi espetacular. Temos a tão esperada frase pelos fãs “Katniss, o Distrito 12 não existe mais” e a imagem foca em Katniss. O modo como seus olhos falam com o telespectador, passando de aterrorizados e tristes para determinados, mostra porque ela ganhou um Oscar. Jennifer Lawrence interpreta divinamente Katniss, tanto em seus momentos de bravura quanto de vulnerabilidade.
Além disso, o efeito em que o tordo se transforma no símbolo do próximo filme Esperança ao som de Atlas de Coldplay, fez meus olhos brilharem.

É um filme feito para adolescentes, mas que ultrapassa os limites dessa faixa etária. É um filme que permite reflexão sobre a nossa sociedade atual e que agrada a todas as idades. Tenha você dezoito ou quarenta e oito, vai amar esse filme. 

 
Atlas - Coldplay