[Review] Supernatural 9x22 - "Stairway to Heaven"

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Sinopse: Depois de um ataque maciço sobre os anjos, Castiel (Misha Collins) chama Sam (Jared Padalecki) e Dean (Jensen Ackles) para ajudar.Quando eles saem, a ânsia de Dean para trazer a primeira lâmina não passa despercebido por Sam, que está preocupado com  seu irmão. Enquanto isso, Castiel fica chocado quando descobre que o anjo que causou o ataque foi um de seus seguidores. Dean descobre que há uma conspiração entre os seguidores do anjo Castiel. Guy Bee dirigiu o episódio escrito por Andrew Dabb.

(Aperte “continue lendo” para uma review com spoilers)



Se há uma coisa capaz de me irritar em séries de TV, livros ou filmes é quando um autor estabelece algum aspecto da mitologia e depois o modifica ou cria ações que são capazes de contradizer o que foi dito antes. Esse problema é mais comuns com séries de tevê e quanto mais antigas elas são, maiores são as chances de alguém esquecer de um detalhe importante na checagem de fatos e acabar mudando algo que não devia.
Não me importei quando descobriram sobre os lobisomens diferentes em Bitten (8x04), quando em Sharp Teeth (9x12) descobrimos que alguns lobisomens podem nascer assim ao invés de serem mordidos e que eles podem sobreviver sem matar pessoas, porque esse é o tipo de mudança que é aceitável, uma vez que apesar de trazer detalhes desconhecidos elas não mechem na essência do que é ser esse tipo de monstro. O fato de Abbadon ser um tipo diferente de demônio não muda o fato de que há demônios como sempre houveram andando por aí, que podem ser exorcizados ou mortos sem problemas, por exemplo.
O grande problema se encontra quando o autor resolve mudar aquilo que faz de um monstro ele mesmo. Ceifadores fazem parte de Supernatural desde a primeira temporada, tendo aparecido em todas as outras até agora, com exceção da 3ª temporada. Eles são um dos meus monstros preferidos, pois eles são descritos como seres que estão acima do bem ou do mal, a única coisa com a qual eles se importam é a ordem natural das coisas. Eles obedecem à Morte e de certa forma se assemelham a ela, nunca tomando partido em uma disputa.
O que achava mais interessante nos Ceifadores é que eles eram entidades distintas e poderosas, mas que ao mesmo tempo não se envolviam o bastante nas disputas a ponto de ser uma ameaça. Como agentes da morte, os Ceifadores só podiam ser mortos pela foice da própria Morte.
Então, Stairway to Heaven chega e joga tudo isso no buraco por algo que não é nem ao menos tão importante. Os escritores usaram a Tessa porque ela era um rosto conhecido que havia sido um pseudo interesse romântico do Dean há cinco temporadas atrás, alguém com quem tanto os Winchester’s quanto o telespectador tivessem uma história. Para isso, eles acharam que era uma boa ideia mudar de vez a mitologia e voilá os Ceifadores agora são uma espécie de anjo.
O que não faz absolutamente nenhum sentido se você analisar direitinho. Em Faith (1x12) a esposa de um pastor faz um feitiço de submissão que deixa o ceifador no controle dela. Eu não conheço nenhum feitiço capaz de fazer isso com um anjo e você? Esse é o tipo de coisa que seria bem prática contra o Metatron ou qualquer um dos outros lacaios dele.
Em In My Time of Dying (2x01), no fim do episódio a Tessa é possuído pelo Azazel. Um anjo possuído por um Demônio? Achei que esse tipo de coisa fosse impossível. E o pior de todos os buracos nessa nova mitologia: Em Death takes a Holiday (4x15) Castiel dá um jeito dos Winchesters trabalharem no caso porque o lugar onde eles estão guardando os ceifadores para o ritual está cheio de símbolos que IMPEDEM QUALQUER ANJO DE ENTRAR. Agora, me explique como é que os ceifadores foram parar lá dentro. 





Da última vez que Castiel teve um exército de Anjos ao seu dispor ele matou milhares de anjos e abriu uma porta para o purgatório. Dessa vez porém ele conta com a experiência adquirida com os erros passados e a falta da sede de poder que ele tinha na sexta temporada. Nem por um segundo desconfiei que ele tinha sido aquele a mandar os anjos se sacrificarem, embora Dean não tenha parecido muito convencido com isso. Não é nenhuma surpresa já que ultimamente Dean parece desconfiar até da própria sombra e sua confiança uma vez quebrada parece quebrada para sempre.
         A dinâmica entre Sam e Castiel já é diferente. Como foi dito por Gadreel no episódio passado, Sam confia no Cass. Mas, como Sam, não é necessário o envolvimento de Castiel para que as pessoas façam coisas estúpidas em nome dele. A maioria das guerras foram motivados por motivos religiosos, afinal.
         Toda desconfiança vai por água abaixo no momento em que é imposta uma escolha a Castiel: Matar o Dean ou perder seu exército.
Essa é a grande diferença entre Metatron e os outros anjos. Metatron é fascinado por histórias e se interessou, é claro, pela do seu inimigo. Uma das grandes constantes na vida de Cass é que ele luta pelo que acredita ser o bem da humanidade (que aparenta ser o nome do meio dos Winchester’s). Ou melhor, ele luta pelas pessoas com quem ele se importa, principalmente pelo Dean. Ele lutou para impedir o Apocalipse, morreu inúmeras vezes, tornou-se humano, libertou-se do controle da Naomi e o elemento em comum em todas essas ocasiões é que entre manter o Dean a salvo e alguma outra coisa, ele sempre acaba escolhendo a primeira opção.
         Metatron entende e usou isso a seu próprio favor em uma trama bem elaborada, contudo, uma coisa ele não previu. Como já aconteceu diversas vezes, no momento em que o Team Free Will está na pior, com todas as chances contra eles é que eles finalmente conseguem dar a volta por cima e derrotar o vilão.
         Como o próprio Dean disse os três “sempre foram o suficiente” e eles podem dar a volta por cima e conseguir derrotar Metatron.




A cena final com Gadreel finalmente tomando uma posição contra Metatron já estava sendo aguardada a muito tempo. Já tinha percebido, como falei nas reviews anteriores que ele parecia estar se distanciando tanto do que ele achava ser honroso ao trabalhar com o Novo Deus que ele iria acabar cedendo para o lado do Castiel.
O pobre coitado foi para o Bunker todo cheio de boas intenções e acabou sendo atacado pelo Dean, que parece estar consumido pela raiva. O olhar final dele juntamente com a conversa que ele teve com o Sam mais cedo está me lembrando muito do tempo em que o Sam estava chapado com Sangue de demônio e estava convencido que ele era a única pessoa capaz de matar Lilith e que tinha que fazer isso sozinho.
Acho que o Dean está precisando mesmo é de uma boa intervenção à lá Quarto do Pânico de Bobby Singer pra ver se ele consegue trazer de volta um pouco de estabilidade para si mesmo. Na certa deve haver algum cômodo no Bunker que eles possam usar para isso.
Só precisam ficar de olho para a história não se repetir e ele acabar se libertando. 


Notas

- Agentes Spears e Aguilera foram os melhores pseudônimos já usados na série.
- Mais uma vez Supernatural matou uma mulher. Que grande surpresa.

Charada

Why is the six afraid of Seven?
Because Seven eight (ate) nine.