[RESENHA] Menina Morta-Viva - Elizabeth Scott

20:59:00 0 Comments A+ a-


Era uma vez, o meu nome não era Alice. Era uma vez, eu não sabia como tinha sorte.”

Já fazia um tempão que eu havia lido esse livro, mas quando mencionei ele na minha TAG da Disney deu vontade de ler novamente e por ser um livro curto, foi exatamente isso que fiz e dessa vez resolvi resenhar pra vocês.

“Alice”, ou pelo menos é como ela é conhecida agora, foi sequestrada quando tinha 10 anos por um homem chamado Ray enquanto ela estava em uma viajem escolar para o aquário. Aquela menininha morreu, e Alice – a persona que Ray criou para ela – tomou o seu lugar.
Ele estipulou algumas regras: Não conte a ninguém. Não coma muito e, mais importante, nunca cresca. Agora, com quinze anos ela percebe que está muito alta e muito velha para se encaixar na fantasia de Ray e que a qualquer momento ela pode ser assassinada por ele, assim como a menina que vivia em cativeiro antes dela.
A história é contada por Alice com um distanciamento que parece tornar ainda mais chocantes as coisas que ela diz. Ela tornou-se uma pessoa fria e calculista, apenas uma sombra, uma casca da menina doce e alegre que ela um dia foi.

TRÊS LIÇÕES DE VIDA:
1. Ninguém vai vê-la.
2. Ninguém vai dizer nada.
3. Ninguém vai te salvar.
Eu sei o que as histórias de Era Uma Vez dizem, mas elas mentem.
Isso é o que as histórias são, você sabe. Mentiras.

O tempo todo ela se refere a sua infância como se estivesse falando de outra pessoa, além de sempre colocar a culpa nela por não ter sido esperta o suficiente, por não ter gritado por ajuda. 
Mesmo com liberdade o bastante para sair de casa com permissão enquanto Ray trabalha, ela nunca foge porque embora ele não a prenda fisicamente ele tem amarras psicológicas. Ele a convence que não tem pra quê lutar, que ninguém vai acreditar nela ou que ele irá matar os pais dela se ela for até a antiga casa ou a policia.
Vou logo avisando que essa não é uma leitura leve. As descrições da tortura psicológica que ela sofre podem lhe abater muito se você for uma pessoa sensível, então é melhor não ler.

“Eu não sei o que é normal, mas acho que o Jake não é. Ele estava me observando, com olhos arregalados, distantes, mas presentes ao mesmo tempo. Tão ansioso para que digam que ele é bom, especial, que é...
Ele me lembrava de mim. Garoto morto vivo, todo quebrado por dentro”

O livro é bem pequeno e grande parte dos capítulos não tem mais do que uma página, alguns apenas com duas ou três linhas. O estilo de escrita lhe suga pra dentro da história e o final vai fazer você ficar pensando na história por um bom tempo.