[Resenha] Os Instrumentos Mortais: Cidade das Cinzas - Cassandra Clare

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Editora: Galera Record

Título Original: 
The Mortal Instruments: City Of Ashes

Autor: Cassandra Clare

Nota: 






                Esse é o segundo livro da série Instrumentos Mortais por isso terá spoilers do primeiro livro que também tem resenha no blog. (Aqui)

- Sabe qual a pior coisa que consigo imaginar?
Ela piscou
- Não?
- Não confiar em alguém que amo.
Ela colocou a mão na manga dele, que não se afastou, mas tampouco respondeu ao toque.
- Você está falando...
- Estou – Disse ele, sabendo o que ela estava prestes a perguntar. – Estou falando de você.
- Mas você pode confiar em mim.
- Eu achava que podia, mas tenho a sensação de que você prefere sofrer por alguém com quem nunca vai poder ficar do que tentar ficar com alguém que pode.

Continuando o nosso esquenta pré-estreia de Shadowhunters, a série baseada na saga de livros da autora Cassandra Clare, que você certamente deve saber que vai estrear dia 12 de Janeiro (FALTAM 10 DIAS!), no canal ABC Family, que se tornará Freeform (eu ainda não gosto desse nome) no ano de 2016. Okay. Então, vamos falar sobre o segundo livro da Saga “Os Instrumentos Mortais”: Cidade das Cinzas (City Of Ashes, CoA).
         Cidade das Cinzas é uma continuação direta dos acontecimentos de Cidade dos Ossos. Clary, Simon, Jace, Isabelle, Alec e agora o Alto Feiticeiro do Brooklyn, Magnus Bane, continuam sua jornada em busca de respostas sobre o mundo das sombras e o segredo que ele guarda.

         Após o final de Cidade dos Ossos, e de um encontro nada amistoso entre Clary, Jace, Valentim e Luke (uma espécie de pai para a Clary e também lobisomem), a mãe de Clary, Jocelyn que havia sido sequestrada no livro anterior, e a razão pela qual Clary encontrou os Caçadores de Sombras e se uniu a eles, está de volta, mesmo que ainda inconsciente, já que ninguém sabe como acordá-la.
 Ainda assim, existe um outro problema, Valentim Morgenstern, o maior vilão que o mundo dos Caçadores de Sombra já conheceu (pelo menos é o que eles acham, cof cof Mortmain), ainda está solto e trouxe consigo revelações que mudam a forma como os personagens se relacionam.
         Em Cidade das Cinzas (algo que realmente gosto), nós conhecemos o “governo” dos caçadores de sombras, e temos uma maior perspectiva sobre o que se passa dentro do mundo deles, descobrimos sobre Idris e Alicante, o país e a Capital/Cidade dos Caçadores de Sombras, e sobre o 3 C’s, que significam Consul, Clave e Conselho, e tudo o que isso engloba, assim como termos mais gerais como “Estela” que já faz parte da história desde o começo, e é um instrumento usado pelos caçadores de sombras para desenhar “Marcas” ou “Runas” como preferir, na própria pele, Marcas essas que permitem que eles sejam mais rápidos, mais corajosos, vejam no escuro... Como o Simon diz “Eles tem uma dessas para tudo”.
         Descobrimos também, que a Clary pode criar novas “Runas” para o que ela quiser, e isso é bem frisado e importante para o rumo dos acontecimentos de Cidade das Cinzas e do decorrer da história. Enfim... Valentim está solto, Jace está preso por associação a ele, ou pelo menos é o que a enervante, irritante, nojenta e idiota da Imogen Herondale (meninas suspiram com esse sobrenome), a Inquisidora, uma parte dos 3 C’s, e uma espécie de juíza, acha.
         É obvio que Alec, Isabelle, Clary e Simon (o mundano mais fofo e útil de todo o mundo, apesar do que o Jace acha) fazem algo pra ajudar o amigo, junto com Magnus, e isso não acaba bem, certo? Pois é... Mas pelo menos nós temos coisas engraçadas enquanto isso, e alguns desenrolares na história como o grande spoiler do livro sobre o Simon (que eu não estou autorizada a dizer), e talvez ele sendo... Sequestrado. De novo. Como o Alberto Rosende, que interpretará o Simon na série Shadowhunters, diz “É uma coisa que simplesmente acontece.” Sempre, se me permite dizer.
         Enfim, acaba que tudo converge para Valentim e sua ideia doentia de tornar o mundo dos Caçadores de Sombras melhor, criar novos Caçadores de Sombras, melhores, e que façam o que deve ser feito, acabar com o Mundo das Sombras – vampiros, feiticeiros, sereias, fadas, selies, lobisomens – porque eles não são dignos de serem protegidos, pelos Caçadores de Sombras, ou algo do tipo. Se ele tem razão? Bom, talvez você entenda que sim quando ler Cidade de Vidro, é onde ele meio que começa a fazer sentido. E um monte dele, porque como já é dito no livro “a Clave é corrupta” isso lembra algo sobre o governo que conhecemos? Sim? Sim. Okay.
        
Então temos, quase revelações que mudariam novamente o rumo e a forma como os personagens se relacionam, e que essa revelação não aconteceria no segundo livro da série e temos que esperar mais um pouquinho para descobrir ou em alguns casos termos certeza. Acontece.
Agora vamos para a parte negativa e chata, muito chata do livro: Primeiro é um livro que gosto menos do que Cidade dos Ossos.  Sabe o tipo de livro que você acha que deveria ser inserido em outros livros e não existir? Esse. É o livro onde a Clary merecia uns bons tapas na fuça, porque ela é idiota, e o triangulo amoroso atinge um nível de chatice que nem mesmo a Cassandra Clare e os triângulos amorosos perfeitos que ela cria conseguiu salvar. Sinto pena do Simon até hoje, apesar dele ter sido a única pessoa sensata nesse livro inteiro, mesmo tendo que carregar o mundo inteiro nas costas. Honestamente Cassie... Foi feio.
A história é pobre em relação à ação e emoção, as únicas coisas que realmente se salvam são... Relação Jace/Valentim; Clary descobrindo que pode criar runas e porque (eu não lembro se ela descobre isso nesse livro, quem se importa); relação Jimon (Jace e Simon); relação Sizzy em construção (Simon e Isabelle); e sejamos francos a melhor coisa de todas Malec (Alec e Magnus) juntos. Isso vale o livro inteiro, mas não só de Malec viverá o homem, não é mesmo? (É blasfêmia mudar partes da bíblia? Ops...)
De qualquer forma, Cidade das Cinzas poderia ser melhor, mas sendo um livro da Cassie e tendo tudo o que já se espera e falo de Família, respeito, amor, e amor maior do que o romântico, acho que dá para se relevar alguns aspectos. E espero que saiba, que embora esse seja o livro que menos gosto, ainda existe pessoas que o amam, e eu entendo o porquê, eu o amo também, talvez porque sem ele a história seria incompleta.

O que importa é que eu recomendo, porque faz parte da saga, faz parte do Universo Shadowhunter, faz parte de uma obra prima que está em construção (pelo menos pra quem ainda vai ler esse livro), e isso vale mais do que qualquer coisa, porque o conjunto da obra é a grande sacada de tudo o que a Cassie faz.
Lembrando também, que esse foi o segundo livro que a Cassandra escreveu, e existe toda uma coisa de aprimorar a escrita, e eu posso confirmar a escrita é perfeita, mesmo a história deixando a desejar, e só melhora com o tempo. Prometo falar bem de Cidades de Vidro.
 E não, não estou dizendo que a Cassie escreveu algo ruim, só que não é a melhor história. Dou 4 estrelas por esse motivo, já que em comparação a outros livros dela esse não é tão bom, não completamente, o que não tira o brilhantismo e a perfeição da série. Enfim... só leiam e tirem suas próprias conclusões, vale a pena.